quarta-feira, 30 de julho de 2008

A estranha relação da imprensa paranaense com o Coritiba


A anos algo me chama a atenção. A estranha relação da imprensa paranaense com o Coritiba.
Até para quem é de fora de Curitiba isso se torna claro. René Simões em seu livro "Do Caos ao Topo, Uma Odisséia Coxa-Branca", Editora QualityMark, sentiu isso na pele. Descreve o autor que durante a sua passagem pelo Coritiba durante a campanha vitoriosa de 2007, o Coritiba foi alvo de várias matérias vinculadas principalmente a uma Gazeta de Curitiba, onde o objetivo claro era o de desestabilizar o grupo de jogadores. René, que por conta de sua experiência, agiu rápido. Blindou os jogadores contra as artimanhas da imprensa marron e redigiu uma carta pública contra tal matéria.

Não esqueço alguns episódios no mínimo estranhos que cercaram o Coritiba. Quem não se lembra de um tal de "Desafio das Torcidas", lançado pelo já citado jornal? A idéia era publicar na edição do caderno de esportes, um poster do time que obtivesse o maior público na rodada.

De um lado, no sábado, o Coritiba enfrentaria o Ceará pela série B. No domingo o time da baixada enfrentaria o time da vila, em um pseudo-clássico, válido pela série A.

Mesmo com um jogo sem apelo para a torcida, o Coritiba teve o apoio irrestrito de 28.583 torcedores em seu estádio (não havia torcida adversária).  Lembro que eu estava no Couto Pereira neste jogo e quando o público foi divulgado, não restaram dúvidas que o Coritiba havia ganho o tal desafio, pois não existia a possibilidade de sermos superados pelos outros dois times da capital, visto que a capacidade de um estádio, ou melhor, meio estádio não comportaria público maior. No site oficial do clube da baixada, consta a informação de que a capacidade total é de 25.000 pessoas. Fatura liquidada? Não...

O jogo da baixada teve como registro oficial o público de 26.661. E para surpresa de todos, inclusive de torcedores do time da baixada, o jornal estampou o time lá de baixo, como o vitorioso.  Não sou um especialista em cálculos, tampouco me considero um exímio matemático, mas 28.583 é maior que 26.661... para o referido jornal não...

E não fica apenas nestes dois episódios que relato. Lembro que no jogo contra o até então líder do campeonato, o Flamengo, o tal jornal estampou o seguinte título: "Coritiba joga sobre pressão no Couto", logo abaixo discorriam sobre a necessidade de se vencer o jogo para se afastar da zona do rebaixamento. Vencemos, continuamos a nossa caminhada na competição, hoje somos o 7. colocado na tabela, enquanto o time do jornal está apenas a 1 ponto do primeiro rebaixado.

Hoje, o jornal estampa o título de que o time deles "Se inspiram em Gellato". Cadê a pressão? Não existe? Onde fica a necessidade de vencerem? O jornal não fala... e o rebaixamento? Pra eles isso não existe... Matérias com este tipo de aspecto são direcionadas apenas para o Coritiba. 

É uma pena termos "profissionais" da imprensa que seguem esta linha. Para o Coritiba são dois pesos e uma medida. Em um tempo que lamentamos tanto a falta de apoio e divulgação da imprensa nacional para com o futebol paranaense, sentimos na pele os reflexos de matérias especialmente redigidas com o intuito de atingir um clube que faz boa campanha neste difícil campeonato brasileiro.

Se a idéia é prejudicar, prefiro o esquecimento da imprensa.

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